Passada a agitação das urnas, a ressaca pós-eleitoral trouxe à tona um cenário previsível, mas nem sempre visível ao público: a guerra de narrativas e as jogadas políticas por cargos de poder. Enquanto os eleitores esperam por mudanças, nos bastidores, já começaram as movimentações para a eleição da nova mesa diretora da Câmara Municipal. A corrida para ocupar o comando do legislativo em Gravatá se transformou em uma arena de negociações, compra de apoio e manipulação de apatetados vereadores.
Alguns demonstram que seus compromissos durante a campanha eram meramente superficiais. Aqueles que têm preço já estão em processo de “negociação” e os que ainda acreditam em discursos vazios são manipulados para garantir que os acordos de poder sejam mantidos e que nada mude. O foco agora não é mais a vontade popular, mas as articulações nos bastidores e o bolso cheio.
As velhas raposas já movimentam suas peças, buscando aliados dentro da Câmara e oferecendo cargos ou favores em troca de votos.
Para os eleitores, a “guerra de narrativas” é uma briga de poder, disfarçada de debate sobre o futuro da cidade. No entanto, para muitos, é claro que os interesses pessoais sobrepõem as promessas de campanha.
A política de Gravatá vive momentos de reviravolta, com traições e mudanças de lado que surpreendem eleitores e desafiam a coesão partidária. Nomes como Gil Dantas e Silmara Enfermeira, ambos eleitos pelo PSDB, foram rápidos em demonstrar sua infidelidade ao líder do partido, Joaquim Neto, e já declararam apoio ao desafeto político Leo do Ar, colocando suas ambições pessoais à frente do compromisso com o grupo que os elegeu.
Robson Motos, eleito pelo AVANTE, seguiu o mesmo caminho, declarando voto a favor de Leo do Ar, mesmo indo contra o direcionamento de seu partido. A movimentação de Tadeuzinho, também do AVANTE, é aguardada com expectativa, com rumores de que ele seguirá a mesma rota de dissidência, abandonando as pretensões partidárias que apontam para a eleição do vereador Cabritinha como presidente da Câmara.
Outro exemplo claro de reviravolta política é Aldo Lá Massa, eleito pelo Solidariedade, o partido de Leo Giestosa, que surpreende ao declarar apoio a Leo do Ar, seu ex-desafeto. A política em Gravatá, é marcada pela rápida troca de alianças e pela busca incessante de poder, se vê novamente envolvida na “dança das cadeiras”, onde as promessas feitas aos eleitores parecem ser a primeira coisa a ser deixada para trás.
Enquanto isso, a população assiste à queda das máscaras, revelando a verdadeira face de alguns dos seus representantes. A expectativa agora é ver até onde irá essa batalha de egos e quanto da política de bastidores será exposto ao público nas próximas semanas.
A disputa pela presidência da Câmara expõe, mais uma vez, que na política local, as lealdades são efêmeras e os interesses pessoais prevalecem. E, como de costume, o circo político permanece o mesmo, e quem acaba sendo feito de bobo é o povo. No final, quem sai prejudicada é a população, que vê sua confiança traída em um espetáculo político onde o verdadeiro interesse público fica em segundo plano